“Por que escrever sobre uma greve que aconteceu há um século e sobre a qual já foram escritos tantos textos? A resposta é simples. Porque muito poucos são os brasileiros que conhecem o que se passou naquelas semanas de junho e julho de 1917. E qual foi sua importância”. É assim que José Luiz Del Roio inicia seu livro A greve de 1917 – os trabalhadores entram em cena, recém publicado pela Fundação Lauro Campos em coedição com a Alameda Editorial.
Del Roio foi senador na Itália e membro da Assembleia Parlamentar da Europa em Estrasburgo. Escritor e radialista, fez parte da coordenação do Fórum Mundial das Alternativas e do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial. Militante político desde a juventude e dirigente do PCB, no ano de 1960 foi um dos fundadores da Ação Libertadora Nacional conjuntamente com Carlos Marighella.
Em outro trecho do livro, o autor escreve que “Karl Marx teceu críticas à Comuna de Paris de 1871, em A Guerra Civil na França, mas reconheceu o valor daqueles combatentes e os preciosos ensinamentos que deixaram. A Greve de 1917 foi a nossa Comuna. Várias vezes fui ao cemitério Père Lachaise, em Paris, levar cravos vermelhos ao muro que representa os combatentes mortos ou assassinados naquele levante. Não posso fazer o mesmo para os mortos do Brás, Mooca e Belenzinho porque não sabemos onde estão”.
Confira a recente entrevista dada por Del Roio à TV Fepesp, na qual compara a situação de cem anos atrás com a cena atual.
O livro pode ser encontrando em boas livrarias de todo país e foi prefaciado por Gilberto Maringoni, professor da UFABC e diretor da FLC.